quarta-feira, 14 de abril de 2010

Capítulo 1- Marcos

Minha memória não tem me ajudado muito, ultimamente. Alguns dias esqueci quem sou, ou melhor, esqueci de minha história. O doutor disse que foi uma amnésia, sorte que consegui me curar, com a graça do meu senhor deus. E , assim, conseguirei continuar a contar minhas aventuras. Estou deitado na cama, como sempre, e todos estão na cozinha comendo, e chorando, por me verem perder um pouco de vida a cada segundo. Meus olhos fitam o vazio do quarto e uma foto ao me lado, onde se encontram Eu, Vera e Marcos, um senhor de sabedoria exemplar. Lembro que eu e minha amada estávamos sentados em uma praça, conversando e observando o canto dos pássaros. Estávamos desanimados, pois simplesmente ninguém nos ouvia. Não tínhamos o feedback necessário para nos animarmos. Lembro que estava abraçado a minha Lucia, quando ele chegou.

- Bom dia...

- Fale companheiro... – respondi.

- Sou Marcos estava caminhando por aqui e algo mandou conversar com os senhores.

- Nossa... Sério? Que estranho... Você faz o que da vida? – perguntou Vera.

- Sou pedreiro, estudei até a quarta série.

- Hm!? Sente-se conosco, estamos observando os pássaros e comentando nossa falta de sorte. O senhor
nos conhece? – perguntei.

- Não. Apenas senti vontade de falar com vocês, como já falei algo me chamou aqui. O que você fazem?

- Bom, nós caminhamos pela cidade deste vasto país, profetizando a palavra do senhor de praça em praça. – respondeu Vera.

- Nossa, que interessante, vocês devem ter muitas histórias pra contar neh!?

- Sim, com certeza... Um dia ainda escrevo tudo em um diário. – respondi.

- Mas que religião é a de vocês?

- Nossa religião é o amor a deus, aos animais, aos seres, ao mundo! – de repente senti a empolgação voltar para meu corpo.

- Que lindo! Sua empolgação é envolvente. Porém percebi, quando cheguei, que vocês não estavam muito bem, o que lhes apetece?

- Bom – começou a explicar minha amada- não temos nenhuma resposta, quando estamos falando ninguém para, ninguém reflete. Parece que estamos falando com as paredes! – esbravejou irritada.

- É... Marcos? Sabes que precisamos de alguma resposta para nos sentirmos motivados, parece que nosso trabalho está sendo em vão. Em algumas cidades reunimos aglomerados de pessoas, mas na maioria não. – completei.

- Hm!? Entendo... Sabe, profeta...

- Não ... Chame-me de monge peregrino.

- Sim, sabes monge peregrino, que hoje as pessoas estão cada vez mais céticas e o amor cada vez mais morto. Ninguém acredita mais nesses sentimentos, aliás não sei nem se as pessoas acreditam em sentimentos. Todos vão para o trabalho, do trabalho para casa e assim vai sua vida, lógica e racionalmente. Sem emoção. Além do que, quando se tem uma experiência ruim essas pessoas se bloqueiam para estes sentimentos, ligando eles ao sofrimento. Tens que achar uma forma de romper esse muro.

- Mas como? – perguntei.

- Amigo, acho que era isso que tinha para lhe falar. Vá salvar este mundo. Vá lá!
Apenas confie em Deus, que ele te guiará.

- O que você acha Vera? – virei para observá-la.

- Acho que o marcos está certo... – disse ela me fitando – marcos, você poooo.... Marcos? – nosso amigo havia sumido.

Bom você pode estar se perguntado: “E a foto? Vocês não tiraram uma?”. Calma, não estou ficou desmiolado ainda. Depois de algum tempos, Marcos nos revelou que era nosso anjo guia, e que era um corpo que vibrava em uma freqüência superior a dos vivos, pois sua existência era findada no amor. Nunca fora um ser humano. Aparecia apenas quando era necessário, já que colocar seu corpo na mesma vibração que a de um ser, para aparecer aos nossos olhos, lhe custava muita energia. Então, em uma tarde ensolarada, batemos esta foto. Grandes recordações. Senhores, apenas quero lembrar, que este não é um retrato fiel dos acontecimentos, mas apenas a reconstrução de vagas lembranças. Espero algum dia voltar a escrever em meu diário....

Um grande abraço, a todos, que me lêem. Mas lembrem-se o AMOR é a base para a felicidade. Toda a felicidade que não tem amor, é calçada em uma areia movediça, e pode desmoronar a qualquer momento.