Muitos, em minhas caminhadas, perguntaram minha religião. Por isso responderei a esta pergunta nessas linhas... Senhores, minha religião é o bem e meu ser superior... DEUS! Não sou de nenhuma tribo e nunca professei que se alguém me seguisse estaria salvo da morte no apocalipse. Aliás, essa divisão e essa guerra tribal, para provar qual a melhor fé, só nos levam a morte e a um mais fácil controle por parte das pessoas por detrás destas “seitas”. Quem faz o bem é de minha religião. Esclarecido esse fato devo-lhes contar alguma aventura. Lembro, do dia em que conheci minha amada. Sim, tenho mulher. Não há algum crime em se amar e fazer amor. Qualquer forma de amar é divina! Antes de começar devo-lhes alertar que minha memória já não sabe de alguns detalhes.
Estava caminhando por mais uma cidade, acara de chegar e procurava um lar para repousar durante os dias vindos. Sei que as praças são os melhores lugares para se começar uma busca. Por isso me dirigi a praça central, acho que já tinha uns 20 anos, não lembro ao certo. Chegando à praça observei ao meu redor e vi os pássaros as arvores, pessoas sentadas nos bancos remoendo suas vidas, porém meus olhas pararam naquele ser de olhos castanhos, pele morena, e um sorriso que comovia qualquer coração masculino. Fitei-a sem parar, talvez todos já houvessem percebido, mas seu rosto observava a manhã e, sentada, dava milho aos pombos de uma forma angelical. Meu coração começou a bater forte, minhas mãos suaram e minha coragem fugiu, se escondeu em algum canto de meu corpo. Porém não poderia deixar ela escapar. Comecei a caminhar até ela, lembro que a cada passo mais forte batia meu coração. Ao me aproximar ela me olhou e disparei:
- Senhora... Sou um viajante do senhor, caminho pelas cidades professando sua fé e tentando ressuscitar o amor no coração das pessoas... Vim até esta cidade e preciso de um lar... Poderias me ajudar?
- Senhor... Não sou burra. Queres me roubar? Sai já daqui seu fedorento... - disse com raiva - aliás, sua luta, se é que me dizes a verdade é vã. O amor não existe.
- Senhora – respondi com firmeza- só porque tu não o enxergas, em tua vida, não significa que ele não exista. Olhe para este lugar, veja o sorriso dos casais, o sorriso de uma mão para a filha. Ele não existe? Pense bem senhora... Lembre-se de sua infância, lembre-se dos sorrisos, das amizades.
- Como? Minha mãe morreu em meu parto, fui rejeitada por meu pai. Morei em um orfanato por muito e agora estou aqui. Sabes do que trabalho? Sou dançarina de strip, não tenho namorado e só vejo drogas e morte ao meu redor. Achas que o amor ainda está em mim? Eu que sou fruto do demo.
- Não penses assim – me aproximei- me deixe ficar em sua casa que lhe mostrarei a verdade.
- Moro sozinha, não terá problema.
E assim fomos para casa. Descobri que seu nome era Vera e como toda Vera, Lúcia. Morava no subúrbio em um barraco humilde, mas acolhedor. Passei muitos dias ao seu lado. Levei-a para ver meus discursos e a cada dia sentia que algo crescia entre nós. Todas as noites íamos a seu trabalho e eu observava seu corpo, enquanto meu desejo crescia. Aproveitava estas idas para levar todos que trabalhavam naquela boate a meus discursos e tentar mudar a sua vida. Anos mais tarde, alguns me agradeceram pela fé e o amor que trouxe a suas vidas. Porém estava ali com um objetivo maior. Conquistar minha paixão à primeira vista e agora, após a convivência de uma semana, meu amor. Nunca sabemos quando as coisas acontecem, mas creio que ela dava sinais de seu interesse por mim. Até que um dia, uma cena simples fez com que nos amássemos. Eu ia saindo do banheiro pela porta e ao mesmo tempo ela ia entrar, esprememos nossos corpos. Fitei-a nos olhos, paramos um segundo e a beijei. Acariciei seu corpo. Tirei seu vestido e nos amamos ali naquele instante eterno. A manhã passou como um sonho bom. Começamos a morar junto, mas minha caminhada não podia parar. Convidei-a para me seguir. “Não posso tenho minha vida, minha casa”, dizia. “Linda, que vida? Sua casa é onde sua mente está, preciso de ti comigo. Amo-te!”, respondi. Ela arrumou sua mala de mão, e partimos unidos para enfrentar o mundo. Agora neste exato momento, ela espia esta história por minhas costas. Claro, resmunga de alguns detalhes que errei, mas essa é a versão particular dela. O importante é ressaltar que nosso amor sobrevive até hoje. Ela é minha santa. Meu segundo deus. Sem ela não seria tão feliz como sou. Não teria filhos nem netos. Amigos... Amem! Amem de qualquer forma! Só o amor liberta! Chega por hoje, minha linda Vera já está mandando-me descansar. Quando lembrar de mais alguma memória, voltarei a estas páginas eletrônicas.
Até mais.
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
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