quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Capítulo 1 - O primeiro encontro

Acabei de acordar e nem saí de minha cama ainda, prefiro escrever a me levantar. Creio que não tenha muito tempo.
Continuando a caminhada que aqui iniciei.... Minhas memórias levam-me a primeira pessoa que encontrei. Não lembro que dia era, nem tampouco quanto tempo faz, mas lembro que o sol dominava o azul e algumas nuvens davam um toque de pintura ao céu. Estava caminhando pela praça central de minha cidade e sentei-me em um dos bancos para contemplar tal magia. Deixei o azul penetrar minha alma. Acredito que se algumas pessoas aprendessem a arte da contemplação seriam mais felizes e menos estressadas. Observei ao meu redor e vi um senhor sentado no banco ao lado com as mãos em seu rosto.  Aproximei-me dele e toquei o seu ombro. Ele olhou-me assustado e disparou:

- Não tenho esmola!- olhei-o com amor e ternura.
- Senhor, não sou mendigo, nem, tampouco, preciso de sua esmola...
- O que tu queres então?
- Sou um seguidor de Deus e percebi o quanto estais triste.... O que aconteceu meu querido?
- Seguidor de Deus? Como assim? Diga-me um versículo da bíblia então...
- Porque todos acreditam que conhecer a bíblia é professar a fé? Não lhe direi nada... Apenas olhe em meus olhos e tire a sua conclusão. – ficamos nos fitando por um bom tempo.
- Sabe como você se chama?
- Me chame apenas de Monge peregrino.
- Então Monge peregrino... Estou em uma sinuca. Acabei de perder o emprego... Minha mulher está grávida e não tenho dinheiro sequer para uma consulta... Estou desesperado.
- Entendo... Mas pergunto ao senhor... Tu acreditas?
- No que? Em deus?
- Sim... No Deus que existe dentro de você!
- Claro que sim...
- Então, do que mais precisas? Tudo é possível àquele que crê.
- Vou ser sincero, não sei se saio dessa.
- Não olhe o futuro com olhos negros, pois assim ele o será. Acredite em você! Acredite! As pessoas podem te dizer que tens de ser realistas., mas quem cria a realidade? Somos nós! Você cria a sua realidade... Deus lhe dá as ferramentas, mas se você não acreditar... – Senti um fervor invadir meu corpo como se algo dominasse minhas palavras.
- Mas como poderei acreditar se sou um fracassado?
- Realmente. Os fracos é que não acreditam em si... Os fracos é que vivem em autocomiseração. Você tem que ser dono do seu destino! Acredite e as portas se abrirão. Lembra da história do Abre-te Sésamo? Então, não eram as palavras que importavam, mas o quanto de fé dava-se a elas. Entende... Se continuares neste poço sem fim cada vez mais tu se afogará. Levante desse banco e mostre para o mundo sua força. Venha comigo!
- Hm!? Vai me levar aonde monge?
- Levante-se e venha.

Ele levantou-se e me seguiu. Levei-o a uma empresa mobiliária, pois algo me dizia que ele trabalhava com isso. Chegando na frente da empresa ele me indagou:
- O que o senhor pretende? Acabei de ser demitido da empresa concorrente a essa. Não irão me contratar.
- Confie em mim.

Entrei e perguntei a recepcionista:
- O dono está?
- Sim, o senhor gostaria de falar com ele?
- Sim! Chame-o aqui....
Então a recepcionista foi chamá-lo.

- Como assim? – perguntou meu novo amigo-com essas roupas ela não te mandou embora?
- Já te falei... Acredite! E as portas se abrirão.

O dono da empresa apareceu e cumprimenta-me com um sorriso juntamente com meu amigo.

- Senhor, acredito em você e sei que és um bom homem. Trago aqui ao meu lado um grande amigo que acaba de perder seu emprego. Pouco importa o motivo de tal fato, mas peço ao senhor que faça uma entrevista com ele. Sei que é um ótimo profissional.

- Mas não temos vagas aqui. – respondeu o patrão. Fitei-o firmemente e respondi:
- Uma entrevista não mata ninguém, aliás sempre deve-se ter lugar para um ótimo funcionário.
- É, mas ele foi demitido... Espera um pouco, acho que o conheço. Você não é o Jorge que trabalha na concorrente?
- É... Assim, trabalhava.
- Então senhor, faça uma entrevista com ele...
- Tudo bem.. Venha comigo Jorge.

Os dois foram até a sala do patrão. Olhei para a recepcionista, dei-lhe um aceno e parti. Tinha que continuar minha jornada. Quanto ao Jorge vi-o na semana passada vendendo um imóvel com o crachá daquela empresa. Não sei se o ajudei, porém espero que ele tenha entendido que: “Tudo é possível àquele que crê”. Acreditar, realmente acreditar! Esta é a palavra dos fortes. Bom, chega de escrever por hoje. Meu estômago já está reclamando algumas migalhas de pão. Abandono, por um breve tempo, meu querido diário e algum eventual leitor destas memórias tão fatigadas pelo tempo. Até mais...

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